Por Ana Flávia Pilar - Sai a TV a cabo, entram as plataformas de streaming. Em 2022, 31,1 milhões de lares brasileiros — ou 43,4% dos que tinham televisão — tinham assinatura paga de streaming de vídeo. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) Tecnologia da Informação e Comunicação, divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE. É a primeira vez que o levantamento, realizado todos os anos, traz informações sobre esse tipo de serviço.
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As regiões onde o streaming está mais presente são Sul e Centro-Oeste, onde metade dos domicílios com TV têm serviço de streaming pago. O Sudeste vem em seguida, com 48% dos lares. São as regiões onde o rendimento da população é maior.
Segundo o IBGE, o rendimento médio mensal real per capita nos domicílios que tinham acesso a serviço pago de streaming de vídeo era de R$ 2.454 no ano passado. É mais que o dobro daqueles que não usufruíam desse serviço (R$ 1.140).
Essa mudança no comportamento do brasileiro, que cada vez mais escolhe séries para maratonar, se reflete na perda de espaço da TV a cabo. Em 2022, menos de um terço dos domicílios com televisão tinham contrato de serviços de canais fechados — 27,7% ou 19,8 milhões de lares. Em 2016, esse percentual foi de 33,65%.
Outra coisa que está mudando é o peso das razões que explicam por que as pessoas estão deixando a TV por assinatura de lado.
Até o ano de 2019, mais da metade daqueles que não tinham TV a cabo em casa diziam que era por conta do preço. Naquele ano, outros 40,9% apenas não estavam interessados em ter.
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Em 2022, o percentual da falta de interesse subiu para 53,7% dos domicílios, ao mesmo tempo em que apenas 35,3% apontaram os custos elevados como motivo para não contratar um pacote de canais fechados.
Menos televisões, tablets e computadores
Todas as regiões do Brasil registraram queda na porcentagem de lares com TV, com destaque para o Norte, onde essa taxa diminuiu 0,8 ponto percentual.
Os resultados de 2016 a 2022 ainda mostram que o número de domicílios com microcomputadores (notebooks, laptops e desktops) é cada vez menor. Esses aparelhos estavam em 45,9% dos lares em 2016, mas atualmente são usados em apenas 40,2% das moradias.
Segundo o IBGE, o microcomputador é um equipamento mais caro que o tablet e na grande maioria dos domicílios em que havia tablet também havia um microcomputador.
A pesquisa afirma que esses dados são importantes ao considerar o rendimento médio das moradias. Esse rendimento foi de R$ 995 para os domicílios que não tinham microcomputador nem tablet e igual a R$ 1.278 naqueles que tinham apenas tablet.
Por fim, a renda ficou em R$ 2.612 nos lares em que tinham pelo menos um dos aparelhos e de R$ 4.119 naqueles em que havia os dois.