CORREIO BRASILIENSE - A demissão da Jovem Pan foi comentada, por meio do Twitter, pelo então colunista Guilherme Fiuza - (crédito: Redes sociais/Reprodução )
Após o presidente da República e então candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), perder, no último domingo (30/10), as eleições para Luiz Inácio Lula Silva (PT), a emissora Jovem Pan anunciou a demissão de quatro comentaristas.
A reformulação no quadro de colunistas da emissora abrangeu os comentaristas Augusto Nunes e Guilherme Fiuza. Apoiadores de Bolsonaro, ambos participavam do programa diário Pingos nos Is.
A demissão da Jovem Pan foi comentada, por meio do Twitter, pelo então colunista Guilherme Fiuza. Ele, que também escreve para a Revista Oeste, se mostrou grato aos ex-colegas de emissora.
Augusto Nunes usou a mesma rede social que Fiúza para escrever sobre sua demissão da rádio Jovem Pan.
Além do programa Pingo nos Is, Nunes apresentava o programa semanal de entrevistas Direto ao ponto.
As demissões também abrangeram os colunistas Caio Coppola, do programa JP News, e Guga Noblat, que participava das diárias do Morning Show.
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Bolsonarista, Coppola não se pronunciou sobre a demissão. Assim como Fiúza e Nunes, ele escreve artigos para a Revista Oeste.
Guga Noblat, diferente dos três outrora comentaristas da Jovem Pan, se posiciona contra o candidato derrotado Jair Bolsonaro.
A demissão, segundo ele, ocorreu por causa do episódio em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) obrigou a rádio a conceder direito de resposta ao então candidato à presidência Lula, além de determinar que a emissora se "abstenha" de promover novas inserções e manifestações que digam que o petista mente sobre ter sido inocentado.
Na ocasião, em que a Jovem Pan classificou como censura da justiça eleitoral, Guga Noblat, segundo narrou o próprio, havia sido afastado sob a justificativa de não ter endossado a narrativa da rádio. A condição de afastado, porém, transformou-se em demissão, nesta segunda-feira (31/10).
Jovem Pan Rádio, canal de televisão e uma das páginas mais acessadas no Youtube, a Jovem Pan é um conglomerado de mídia que se posiciona próxima ao bolsonarismo. Após o TSE informar a vitória de Lula, a emissora publicou um editorial em que, diferente do candidato derrota Bolsonaro, reconheceu a conquista do petista.
No texto, a empresa também reforça os apoios à democracia e as pautas relacionadas à defesa da família, liberdades individuais, além de um "Estado mínimo e menos paternalista e do desenvolvimento econômico e social".
Quanto às demissões dos colunistas próximos a Bolsonaro e do jornalista crítico ao bolsonarismo, a Jovem Pan se restringiu a comentar, apenas, a saída de Augusto Nunes.
"Em comum acordo, O Grupo Jovem Pan e o jornalista Augusto Nunes entenderam por bem pôr fim à parceria de trabalho que estava vigente há mais de cinco anos, através da empresa do Augusto, Lauda Comunicação Ltda, sem qualquer animosidade ou juízo de valor. Os termos e detalhes do deslinde não serão objetos de comentários por conta de o contrato de origem estar acobertado e protegido por cláusula de sigilo e confidencialidade. O Grupo Jovem Pan agradece o jornalista Augusto Nunes e deseja sucesso nas novas fronteiras que ele haverá de desbravar", diz a nota emitida pela empresa.