FOLHA - O produtor cultural e estilista Heitor Werneck denunciou a atriz Cássia Kis e a jornalista Leda Nagle a Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania de São Paulo por prática de homofobia.
Cássia Kis fez declarações homofóbicas durante uma conversa para o canal da jornalista no YouTube. A atriz afirmou que famílias compostas por pessoas LGBTQIA+ representam uma "ameaça sobre a família" e destroem a vida humana. "Não existe mais o homem e a mulher, mas é a mulher com a mulher e o homem com o homem", disse ela.
A denúncia tem como base a lei estadual 10.948, promulgada em 2001, que prevê punição administrativa em casos de homofobia e transfobia. No processo, Werneck diz que "nada autoriza qualquer forma de discriminação".
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Ele, que também é ativista da comunidade LGBTQIA+, argumenta que as falas demonstram "absoluta aversão à demonstração de afeto entre pessoas do mesmo sexo". E que o caso "ganha maiores contornos quando esta manifestação ocorre por meio de pessoas de gozam de notoriedade e fama, em meio de amplo acesso midiático".
"O que ela disse não é uma opinião. E essa fala implica em induzir muitas pessoas a executar essa homofobia", afirma Werneck à coluna. Ele também critica a postura de Leda Nagle, que não contestou as declarações.
Nos últimos meses, Kis vem surpreendendo fãs e colegas da classe artística com discursos religiosos fervorosos e falas em apoio a Jair Bolsonaro. Ela ainda participou de atos golpistas que pediam "intervenção federal" após a vitória de Lula nas últimas eleições.
Esta não é a primeira reação contra Kis. Uma das filhas da cantora Daniela Mercury e da empresária Malu Verçosa acionou o Ministério Público do Rio de Janeiro também contra ela. Bacharel e pós-graduanda em direito, Márcia Verçosa de Sá Mercury acusa a artista de LGBTfobia.
Além disso, o Grupo Arco-Íris, ONG que zela pelos direitos da população LGBTQIA+, ainda entrou na Justiça contra Cássia Kis.