O BBB21 trouxe à tona nesta semana um importante debate sobre o racismo estrutural existente no Brasil. A discussão ganhou espaço após o cantor Rodolffo, eliminado nesta terça-feira (06), comparar uma peruca de homem das cavernas ao cabelo black power do professor João Luiz. Essa, no entanto, não é a primeira vez que o reality global gera polêmica envolvendo o assunto.
Em 2016, logo em sua estreia, o programa foi alvo de críticas devido a uma esponja para louças. O objeto tinha o formato de um homem negro, que ostentava um black power. O boneco gerou revolta fora e dentro da casa. “Por que tem que ser um negro? Isso aqui não vai ser usado pra lavar nada“, disse Ronan, um dos participantes do BBB16.
Após proibir a utilização da esponja, Ronan deu uma nova utilidade ao objeto e o transformou em enfeite de mesa. O boneco ganhou até um nome, Will. “Vou te salvar, Will!“, brincou o participante. Ronan ficou conhecido na edição pelo seu engajamento e luta contra o racismo.O utensílio causou grande revolta também nas redes sociais e a emissora foi acusada de promover o racismo e perpetuar estereótipos. “No caso, cabelo de negro é ‘bombril’/esponja!? Big Brother/Globo consegue se superar no racismo“, criticou a internauta Thais Ribeiro, em janeiro de 2016.
Na época, a Rede Globo emitiu uma nota comentando a polêmica. “A esponja citada, representando um dançarino disco dos anos 1970, faz parte de uma coleção que retrata ícones de gerações e culturas diversas, como uma moça descolada dos anos 1960, um soldado da guarda inglesa e até a própria Rainha Elizabeth. Os outros modelos serão colocados na casa aos poucos, ao longo da temporada do programa“, disse.
Em maio daquele ano, o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro protocolou uma ação civil pública contra a emissora “por dano moral coletivo e discriminação racial” devido ao uso da esponja.
O boneco se chamava Disco Washing Up Sponge podia ser encontrado à venda na Amazon, na época. Ele fazia parte de uma coleção com várias outras esponjas, cada uma representando um estilo de música. Além do boneco com black power, outra peça da coleção, chamada “Diva”, representava uma mulher negra também de cabelo black-power.